Racionalizando o iPad

Do meu amigo Bob da pizzaria ao Jornal Nacional ouviu-se um uníssono coro: iPad! O mundo parou para conhecer mais uma tecnologia de ruptura apresentada por Steve Jobs. Assim que o Evento terminou milhões de artigos sobre percepções positivas e negativas do equipamento foram publicados. Como no gráfico que ilustra o início do post, em 28/01 (o famoso day after) vivemos o undershoot do lançamento – até as ações da Apple seguiram esse movimento – onde tudo o que o iPad não tem e não faz foi listado.

O que vi foram comentários de quem não testou, não entendeu, ou não estava preparado para a ruptura. Para mim a melhor definição do iPad é dita por Jony Ive, Vice-Presidente Senior de Design da Apple no vídeo do site (assista aqui):

“When something exceeds your ability to understand how it works, it sort of becomes magical” Jony Ive

Em uma tradução livre seria “Quando o funcionamento de algo vai além da capacidade que alguém tem para entendê-lo, de alguma forma isso se torna mágico”. Nem todas as minhas expectativas foram atendidas, eu imaginava que o formato do tablet seria 16×9 widescreen, e não o 4×3; queria também uma porta USB para conectar todos os milhões de gadgets do planeta e ganhei um conector de 30 pinos. Agora, se tudo estivesse lá: câmera, GPS, celular, HDMI ou DVI, Mac OS X, USB, etc… o descontentamento seria um só, o preço.

Falando do sistema operacional o iPhone OS deu um grande passo no mundo corporativo antes do Mac OS X com lançamento ao suporte nativo para o Microsoft Exchange Server antes do Snow Leopard chegar.

O novo produto não veio para conectar as pessoas e sim para conectá-las ao conteúdo digital de uma outra forma: com as mãos. Enquanto fabricantes como a Sony e a Barnes & Noble tentaram combater o Kindle da Amazon com um clássico me too, apenas copiando o lider, o iPad nivela por cima com seu produto de entrada apenas 10 dólares mais caro que o Kindle DX. Quem vai dizer se Jobs está certo ou não é o Mercado…

Quero ver quando todo o mundo tiver o seu quem vai chamar o lançamento de “iPod de Itú”. Brincadeiras a parte, faltou funcionalidades: SIM; foi um fiasco, uma decepção: NUNCA! Logo logo o gráfico estabiliza e ninguém vai entender como viveu tanto tempo sem, como foi com o iPod e suas sete gerações, iPod Mini, iPod Shuffle, iPod Nano, iPod Touch e o iPhone… a algum deles você já se rendeu!